Representantes de mais de 200 países chegaram finalmente a um acordo histórico na COP28 para uma transição gradual e ordenada para o abandono dos combustíveis fósseis. O texto final, aprovado sem objeções, destaca a necessidade de uma transição justa nos sistemas energéticos, acelerando as ações nesta década, crucial para alcançar a neutralidade de carbono até 2050, conforme recomendado pela ciência.
O presidente da COP28, Sultan Al-Jaber, anunciou o acordo, recebendo aplausos calorosos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou sua reação nas redes sociais, questionando se o acordo não chega tarde demais, mas reconhecendo a inevitabilidade da eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.
Tecnologias de captura de carbono aprovadas em setores estratégicos
Foram aprovadas tecnologias de captura de carbono apenas em setores onde não existem alternativas viáveis de energias renováveis ou de baixo teor de carbono. Há uma perspetiva de cessação dos subsídios aos combustíveis fósseis, exceto nas políticas voltadas para combater a pobreza. Reconhece-se a urgência de reduzir a presença de centrais a carvão para as quais não há meios eficazes de capturar suas emissões. O gás é considerado crucial para garantir a segurança energética.
COP28: O tão esperado acordo teve elogios globais
John Kerry, enviado dos EUA para o clima, elogiou o acordo, destacando seu otimismo e o espírito de cooperação, apesar de reconhecer que pode não ser perfeito. No entanto, ativistas e organizações não-governamentais presentes nas negociações expressaram descontentamento, considerando o acordo insuficiente para fornecer a escala, clareza e velocidade necessárias.
Chris Bowen, representante da Austrália, destacou que os próximos anos serão cruciais para testar o acordo de Paris e verificar se o mundo conseguirá limitar o aquecimento global a 1,5°C. O comissário europeu para o Clima, Wopke Hoekstra, considerou o acordo como o início do fim dos combustíveis fósseis.
Diego Pacheco, representante da Bolívia, enfatizou a justiça climática e criticou os países desenvolvidos por não assumirem a liderança na crise climática. O comissário do clima da União Europeia, Wopke Hoekstra, celebrou o acordo como o início do fim dos combustíveis fósseis, enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, aplaudiu o acordo histórico alcançado na COP28.
Pela primeira vez, o acordo da COP28 apela a todos os países para abandonarem o uso de combustíveis fósseis até 2050, mas não estabelece metas específicas para sua eliminação gradual, como inicialmente desejado por alguns governos e organizações.
