Numa tentativa de fornecer uma alternativa amiga do ambiente e de baixo desperdício, investigadores do MIT desenvolveram uma técnica para gerar material vegetal semelhante à madeira, em laboratório. Este método permite “cultivar” produtos de madeira, como mesas ou cadeiras, sem a necessidade de cortar árvores ou processar madeira.
Investigadores demonstram que podem controlar as propriedades de material vegetal cultivado em laboratório, o que poderá permitir a produção de produtos de madeira com pouco desperdício.
Os investigadores demonstraram que, ajustando certos produtos químicos durante o processo de crescimento, podem controlar com precisão as propriedades físicas e mecânicas do material vegetal resultante, como a rigidez e a densidade. Também mostraram que, utilizando técnicas de bioprinting 3D, podem cultivar material vegetal em várias formas, tamanhos e estruturas não encontradas na natureza e que não podem ser facilmente produzidas com os métodos tradicionais.
Embora ainda esteja numa fase inicial, esta pesquisa demonstra que materiais vegetais cultivados em laboratório podem ser ajustados para terem características específicas, o que poderia permitir cultivar produtos de madeira com as propriedades exatas necessárias para uma aplicação particular, como alta resistência para suportar as paredes de uma casa ou certas propriedades térmicas para aquecer uma sala de forma mais eficiente, explica Luis Fernando Velásquez-García, cientista principal dos Laboratórios de Tecnologia de Microsistemas do MIT.
Para iniciar o processo de crescimento de material vegetal no laboratório, este grupo de investigadores isolam células das folhas de plantas jovens de Zinnia elegans. As células são cultivadas num meio líquido durante dois dias e, em seguida, transferidas para um meio gelatinoso que contém nutrientes e duas hormonas diferentes. Ajustando os níveis hormonais nesta fase do processo, os investigadores podem moldar as propriedades físicas e mecânicas das células vegetais que crescem nesse meio rico em nutrientes.
A incubação pode durar até três meses, mas mesmo com este período de incubação, o processo é claramente mais rápido do que o tempo que uma árvore leva para atingir a maturidade.
Usando um processo de bioprinting 3D, o material vegetal pode ser cultivado numa forma e tamanho personalizados. Em vez de usar um molde, o processo envolve o uso de um ficheiro de design assistido por computador personalizável.
Com os resultados positivos desta pesquisa, este grupo de investigadores espera motivar outros grupos a explorar a mesma e ajudar a reduzir a desflorestação.
Como sabemos, as florestas são indispensáveis para gerir as alterações climáticas e são pesquisas como esta que nos dão esperança em soluções alternativas.