descarbonização setor vitivinicola
Descarbonização

Publicado a:
10/04/2024

Escrita:
Vanessa Trindade

Sector vitivinícola avança rumo à Descarbonização

A vitivinicultura ocupa um lugar de grande importância em Portugal, seja a nível cultural, seja ao nível económico, tendo representado em termos de exportações em 2023, um total de 928 milhões de euros.

 

Por Frederico Falcão, Presidente da ViniPortugal

Este montante mostra a dinâmica de um sector que representa um produto de qualidade ímpar e cujo valor médio tem vindo a crescer ao longo dos anos. No entanto, é uma actividade que enfrenta desafios prementes no que diz respeito à sustentabilidade.

Em primeiro lugar, porque a vitivinicultura está intrinsecamente ligada à natureza e depende directamente das condições ambientais para definir a qualidade e quantidade da produção de vinho. Um aspecto que torna a preservação do meio ambiente crucial para a sustentabilidade a longo prazo deste sector.

Para além disso, os consumidores estão cada vez mais atentos às práticas empresariais e preocupados com o impacto ambiental que as suas escolhas podem ter no Planeta. Nesse sentido, a implementação de boas práticas que beneficiam a sustentabilidade ambiental não só melhora a imagem das empresas vitivinícolas aos olhos do público, como também fortalece a confiança dos mercados externos nos nossos produtos, pois demonstramos um compromisso real com a proteção do Planeta.

Em resposta a esses desafios, a ViniPortugal e o Instituto da Vinha e do Vinho, conceberam o Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Sector Vitivinícola, um passo crucial para tornar a vitivinicultura mais responsável e ambientalmente consciente. A ViniPortugal enquanto Entidade Gestora do Referencial tem como missão a coordenação geral da Certificação Nacional de Sustentabilidade dos operadores económicos e a gestão das permissões das entidades certificadoras, bem como a comunicação e divulgação do Referencial Nacional. Cabe à Entidade Gestora reconhecer as empresas qualificadas para a certificação neste Referencial.

A descarbonização emerge como um ponto crucial neste contexto. A redução das emissões de carbono é essencial, não só para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, mas também para garantir a viabilidade futura da actividade vitivinicultura. A adopção de práticas agrícolas e processos de produção mais eficientes do ponto de vista energético, o investimento em energias renováveis e a optimização dos sistemas de transporte são apenas algumas das medidas que podem contribuir significativamente para este objetivo.

No entanto, a descarbonização não deve ser encarada apenas como uma obrigação, mas sim como uma oportunidade. A transição para uma vitivinicultura ambientalmente mais sustentável não só preserva o meio ambiente e fortalece a posição das empresas no mercado, como também pode gerar uma poupança a nível económico e ganhos em inovação. A integração de tecnologias e a aplicação de práticas mais sustentáveis podem contribuir para a redução dos custos operacionais, abrir portas a novos mercados e atrair consumidores mais conscientes.

Concluindo, a criação do Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Sector Vitivinícola foi um passo significativo na direção certa. Tanto que, após um ano do seu lançamento, já existem mais de uma dezena de empresas certificadas. No entanto, este é apenas o primeiro passo de uma jornada contínua rumo a uma vitivinicultura verdadeiramente sustentável e descarbonizada. A criação deste Referencial veio ajudar a traçar o caminho, criando um processo acessível a todas as organizações do sector vitivinícola nacional responsáveis e orientadas para este tema. Importa olhar para a sustentabilidade e, em particular para esta Certificação, como uma forma de criar valor económico, social e ambiental. Só assim poderemos garantir não só a sobrevivência deste sector tão valioso para Portugal, como também a preservação do nosso planeta para as gerações futuras.

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