No passado dia 29 e 30 de Novembro, decorreu em Lisboa a conferência anual da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN). Luis Pinho, country director da Helexia Portugal participou no segundo dia, no painel “Desafios do autoconsumo solar e das Comunidades de Energia” com o Diretor de Serviços de Energia Elétrica da DGEG, Filipe Pinto; Ana Rita Antunes, Coordenadora da Coopérnico; Francisco Ramos Pinto, Diretor Executivo da Resul e José Basílio Simões, Vice Chairman e Co-Fundador da Cleanwatts; Miguel Prado, do Jornal Expresso moderou a conversa.
Portugal é o terceiro país europeu que mais aposta nas energias limpas e tem o objetivo de chegar a 2030 com 85% de energia produzida de origem renovável, atualmente estamos com 61%. Apenas a Noruega (98,5%) e a Suécia (68,5%) apresentam melhores taxas de produção do que Portugal. Mas o setor da energia apresenta vários desafios.
Quais os desafios para o autoconsumo solar?
Luis Pinho identificou quatro desafios que o setor enfrenta no autoconsumo solar, que podem ser eventuais entraves ao cumprimento das metas estabelecidas pela União Europeia e pelo PNEC 2030. São eles: a inexistência de recursos humanos qualificados e especializados suficientes para implementação do número de projetos previsto, a necessidade de se acelerar e automatizar os licenciamentos, a digitalização e a capacidade da rede, a demora no desenvolvimento de tecnologias de armazenamento.
“Parte da energia que produzimos não está a ser monetizada, mas prevemos que dentro de 3 anos, com a evolução da tecnologia de baterias, uma maior celeridade nos licenciamentos e digitalização da rede, haja mais equilíbrio. Vai ser possível colocar baterias em projetos de clientes, já existentes e, otimizar os futuros”.
Luis Pinho, country director da Helexia Portugal
Alguns outros fatores críticos foram debatidos durante as intervenções e mesas redondas onde se concluiu que:
A guerra na Ucrânia e o mais recente conflito entre Israel e o Hamas estendem o contexto de instabilidade global com impacto nos preços da energia.
A juntar a isto, a inflação elevada e as taxas de juros em alta, aumentam os custos dos projetos renováveis.
A instabilidade política, dentro de portas, também pode afetar o investimento exterior e deixa a banca mais conservadora, nos financiamentos.
Ainda assim, Portugal continua a ser um país com enorme potencial na energia verde, e é um exemplo europeu, devido à capacidade das empresas privadas em financiar projetos em energias renováveis e aos incentivos e PRR que, permitem às empresas, de uma forma ou de outra, avançar com a descarbonização dos seus processos.