global
Descarbonização

Publicado a:
21/02/2025

Escrita:
Catarina Padrão

O Panorama Global do Financiamento Climático 2024

O relatório “The Global Landscape of Climate Finance 2024” oferece uma visão abrangente sobre a evolução do financiamento climático entre 2018 e 2022, explorando tanto os fluxos de mitigação quanto de adaptação em diversas economias. Além disso, antecipa alguns dados de 2023.

Situação Atual

A urgência para aumentar a ambição na ação climática nunca foi tão grande. Os anos de 2015 a 2023 foram os mais quentes já registados, e os eventos climáticos extremos aumentaram cinco vezes nos últimos 50 anos. Embora o financiamento climático anual tenha mais do que duplicado entre 2018 e 2022, passando de 674 mil milhões de USD para 1,46 biliões de USD, ainda é necessário um aumento de cinco vezes para alcançar os 7,4 biliões de USD necessários anualmente até 2030, conforme o cenário de 1,5°C.

Para se ter uma ideia, os subsídios aos combustíveis fósseis totalizaram 1,4 biliões de USD em 2022, e os investimentos em nova produção e distribuição de combustíveis fósseis atingiram 1 bilião de USD nesse mesmo ano. Atualmente, o financiamento climático representa apenas 1% do PIB global, enquanto algumas estimativas sugerem que certos países emergentes e em desenvolvimento podem ter de alocar cerca de 6,5% do seu PIB até 2030.

Custo da Inação

As perdas económicas que podem ser evitadas até 2100, ao alcançar um cenário de aquecimento de 1,5°C, são estimadas em cinco vezes maiores do que o financiamento climático necessário até 2050 para atingir esse objetivo. Embora as necessidades de financiamento climático possam diminuir após 2050, os danos económicos sob um cenário de “business as usual” continuarão a aumentar exponencialmente no futuro.

Embora não se possa atribuir um preço verdadeiro ao sofrimento humano ou à perda da natureza, conceptualizar o financiamento climático através da lente do custo da inação e fornecer estimativas mais detalhadas pode incentivar o investimento necessário para evitar futuros perigos e perdas climáticas.

O relatório também inclui uma análise regional geográfica das tendências dentro de cada grupo económico,

Crescimento do Financiamento para Mitigação e a Expansão das Energias Renováveis

Entre 2018 e 2022, o financiamento para mitigação cresceu a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 20%, atingindo 1,3 biliões de USD. Este aumento foi impulsionado por investimentos em economias avançadas e na China, principalmente em edifícios e infraestruturas, eficiência energética, veículos elétricos a bateria (BEVs) e energias renováveis (RE).

Em 2022, a capacidade de produção de eletricidade renovável atingiu 42% nas economias avançadas e 45% na China. As economias emergentes e em desenvolvimento, excluindo os países menos desenvolvidos  e a China, tinham uma capacidade média de produção de eletricidade renovável de apenas 33%, embora esta variabilidade fosse alta; por exemplo, a capacidade de eletricidade renovável do Brasil atingiu 84% em 2022, enquanto a do Egito foi de 11%.

O financiamento privado representou 54% dos fluxos de mitigação em 2022, com um forte crescimento no financiamento privado para o setor de edifícios e infraestruturas, bem como para o transporte, indicando que tais projetos estão a tornar-se mais viáveis comercialmente. No entanto, ainda existem oportunidades significativas para aumentar o financiamento para mitigação.

Pode consultar o relatório aqui: Global Landscape of Climate Finance 2024 – CPI

Gosta de ler o dscarb?

Se gosta de ler o dscarb e não quer perder as últimas notícias, subscreva o nosso canal no LinkedIn.

To top