águas profundas
Descarbonização

Publicado a:
19/11/2024

Escrita:
Catarina Padrão

Minerar em águas profundas: A nova fronteira para baterias de veículos elétricos

A crescente procura por veículos elétricos está a impulsionar a busca por novas fontes de metais essenciais para baterias, como níquel, cobalto e manganês. Uma das soluções emergentes é a mineração em águas profundas, onde vastos depósitos destes metais podem ser encontrados no fundo do oceano.

Desafios e Controvérsias

A mineração em águas profundas apresenta desafios técnicos significativos. Operar em ambientes extremos requer o desenvolvimento de tecnologias robustas e inovadoras. Além disso, existem preocupações ambientais consideráveis. A extração de metais do fundo do mar pode causar danos irreversíveis aos ecossistemas marinhos, que são pouco compreendidos e extremamente vulneráveis. A perturbação dos sedimentos pode afetar a vida marinha e a biodiversidade de formas ainda não totalmente conhecidas.

Potencial Económico

Apesar dos desafios, a mineração em águas profundas tem um enorme potencial económico. Os depósitos submarinos podem fornecer uma fonte abundante de metais críticos, reduzindo a dependência de fontes terrestres, que muitas vezes se encontram em regiões politicamente instáveis. Esta nova fonte de metais pode ajudar a estabilizar os preços e garantir um fornecimento mais seguro e previsível para a indústria de veículos elétricos.

Regulação e Futuro

A regulamentação da mineração em águas profundas ainda está em desenvolvimento. Organizações internacionais, como a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, estão a trabalhar para estabelecer normas que equilibrem a exploração económica com a proteção ambiental. O futuro desta indústria dependerá de avanços tecnológicos que minimizem os impactos ambientais e de um compromisso global com a sustentabilidade. A colaboração entre governos, empresas e organizações ambientais será crucial para garantir que a mineração em águas profundas seja realizada de forma responsável.

Possíveis Impactos Negativos nas Comunidades Marinhas

A escavação e a remoção de sedimentos do fundo do mar podem destruir habitats únicos e frágeis. Muitas espécies que vivem nestes ambientes são endémicas, ou seja, não existem em nenhum outro lugar do planeta. O ruído gerado pelas máquinas de mineração pode afetar a vida marinha, especialmente espécies que dependem de sons para comunicação e navegação. Além disso, a poluição química resultante das operações de mineração pode contaminar a água e os organismos marinhos.

Os impactos da mineração em águas profundas podem ser duradouros ou até permanentes. A recuperação dos ecossistemas marinhos pode levar décadas ou séculos, e em alguns casos, os danos podem ser irreversíveis.

Qual é o Papel das Empresas de Tecnologia?

Muitas empresas de tecnologia estão a colaborar com instituições de pesquisa e governos para desenvolver normas e regulamentos que garantam a exploração sustentável dos recursos marinhos. Para minimizar os impactos ambientais, estas empresas estão a criar sistemas de monitorização que podem avaliar e mitigar os efeitos da mineração em ecossistemas marinhos. Estes sistemas incluem sensores avançados e tecnologias de imagem que fornecem dados em tempo real sobre a saúde dos habitats marinhos.

Há ainda o investimento em técnicas de mineração mais ecológicas, que visam reduzir os danos ambientais e as emissões de gases de efeito estufa. Empresas especializadas em tecnologia de exploração estão a utilizar submarinos autónomos (AUV) e veículos operados remotamente (ROV) para mapear grandes áreas do fundo do mar, identificando locais promissores para a mineração. Estas tecnologias permitem uma exploração mais precisa e menos invasiva, reduzindo o impacto ambiental.


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