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Opinião

Publicado a:
26/06/2024

Escrita:
Catarina Padrão

Lei Europeia das Matérias-Primas Críticas: Cadeias de abastecimento seguras e sustentáveis para a Transição Energética

Em março, o Conselho do Parlamento Europeu adotou a Lei Europeia das Matérias-Primas Críticas (Critical Raw Materials Act, CRMA), um ato legislativo essencial para assegurar um fornecimento seguro e sustentável de matérias-primas vitais, permitindo à União Europeia atingir os seus objetivos climáticos até 2030.

No mais recente boletim legal, “Energia em Ordem“, escrito por Alice Khouri, head of legal da Helexia Portugal foram explicados os desafios, obstáculos e prazos deste novo acto. O Dscarb preparou um resumo para si.

A CRMA inclui metais, minerais e materiais naturais cruciais para a produção de equipamentos e infraestruturas em setores estratégicos da transição climática, como as energias renováveis. Exemplos incluem o silício fotovoltaico para painéis solares, o boro para turbinas eólicas, e o lítio, cobalto e níquel para veículos elétricos e baterias.

A complexidade da extração destas matérias-primas é proporcional à sua importância estratégica, com elevado risco de perturbação do aprovisionamento devido à concentração das suas fontes e à falta de substitutos viáveis. Para mitigar estes riscos, a CRMA estabelece três objetivos principais:

  • Aumentar e diversificar o abastecimento de matérias-primas críticas na UE, evitando a dependência de um único fornecedor.
  • Reforçar a circularidade dentro da UE, promovendo a reciclagem e o reaproveitamento destes materiais.
  • Apoiar a investigação e inovação para melhorar a eficiência dos recursos e desenvolver alternativas.

A CRMA define prazos para os procedimentos de licenciamento de projetos de extração na UE e permite condições diferenciadas para projetos estratégicos. Além disso, exige avaliações de risco das cadeias de abastecimento e parâmetros ambiciosos para a extração, transformação, reciclagem e diversificação das fontes de importação.

A importância desta regulação é sublinhada pelo relatório “Global Critical Minerals Outlook 2024” da International Energy Agency (IEA), que destaca um aumento significativo na procura de minerais críticos em 2023, com o lítio a crescer 30% e o níquel, cobalto e grafite entre 8% e 15%. A energia solar fotovoltaica e eólica dominam os acréscimos de capacidade energética global, e as vendas de automóveis elétricos quase atingiram 14 milhões em 2023, um aumento de 35%.

Este cenário reflete a urgência da transição energética e a necessidade de acesso a materiais estratégicos, prolongando o seu ciclo de vida através da inovação e reciclagem, objetivos que a CRMA visa alcançar.

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