Em Portugal, assim como noutros países, as empresas estão cada vez mais focadas em recrutar profissionais com competências nas várias áreas que representam a sustentabilidade. De acordo com dados do ManpowerGroup de 2023, 65% dos empregadores em Portugal já estão envolvidos neste tipo de processos de seleção ou planeiam estar.
Setores como a produção de energia, a construção e a produção automóvel estão a impulsionar a procura, conforme apontado pelo Green Jobs Report.
Empregos verdes: Os desafios entre a procura e a oferta
Apesar do crescente interesse por empregos verdes, a falta de recursos humanos com as competências necessárias é uma preocupação destacada por profissionais do setor. Luís Pinho, country director da Helexia, enfatiza que essa escassez é um desafio não apenas em Portugal, mas em todos os países onde a sua empresa atua. A falta de mão de obra especializada, tanto em engenharia quanto em montagem, tem sido um obstáculo significativo em toda a cadeia de valor.
Segundo o relatório “Bridging the Great Green Divide” da OCDE as ofertas de emprego para funções relacionadas com a sustentabilidade aumentaram significativamente desde o início da pandemia, com os salários nessa área a subirem 20% acima da média de outros setores. No entanto, especificidade de requisitos destes empregos e a falta de capacitação da oferta existente, tem produzido um desfasamento preocupante, em especial se queremos atingir as metas europeias.
Em Portugal, mais de 90% das empresas enfrentam dificuldades para encontrar o talento necessário para implementar estratégias ESG (Environmental, Social and Governance).
Apesar do aumento da procura nestes empregos, as desigualdades persistem. A participação das mulheres nas áreas relacionadas com a sustentabilidade ainda é sub-representada, correspondendo apenas a 32% dos profissionais neste setor em Portugal.
Profissões em alta na Economia Verde
O mercado de trabalho está de facto em evolução, e as profissões verdes que vão estar em alta no futuro são a ecologia, biologia, gestão de sustentabilidade, jurídico para a sustentabilidade, green tech, consultoria de energia, especialidades em saúde no trabalho, engenharia florestal, engenharia de energia renovável e ecoconstrução.
A crescente procura por este tipo de perfis reflete a urgência da transição para uma economia mais sustentável e o desfasamento entre a oferta e a procura é crítico. Resolver este problema de escassez pode passar por iniciativas empresariais de capacitação dos seus trabalhadores para novas funções, acompanhadas de um programa de promoção académica para estes setores.