Será a existência do homem e a necessidade de consumo dos recursos naturais a maior ameaça à Natureza e à sua conservação?
Portugal é um país de Quercíneas, a sua vegetação nativa, caso não houvesse a presença do Homem, o habitat ideal para várias espécies do género QUERCUS, é por esse motivo que este nome deu origem à Associação QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza. Conservar a natureza começa pelo respeito que temos de ter, por todos os recursos naturais. Apesar de Portugal ter apenas 92.152 km2, encontra-se entre os países com maior biodiversidade do espaço europeu, mercê da sua situação biogeográfica e da história evolutiva desta região do mediterrâneo ocidental. Tal diversidade manifesta-se nos inúmeros habitats, paisagens e endemismos Portugueses e Ibéricos que de norte a sul do território nacional e com grande relevo nas ilhas atlânticas, que nos oferecem esta grande riqueza natural e ao mesmo tempo nos responsabilizam pela sua preservação.
Portugal tem bastantes instrumentos de ordenamento do território que tentam proteger estes vários territórios, mas a fiscalização e o cumprimento dos regulamentos nem sempre são efetivos.
Os principais problemas de Portugal, na área da conservação da natureza são os incêndios florestais e a poluição das águas. Já a nível mundial, observamos problemas muito graves de poluição atmosférica, produção de resíduos, perda de habitats nativos em detrimento de grandes plantações de vegetação com potencial para biodiesel, por exemplo. Esta perda de habitats, é a teoria apontada como a mais provável causa do aparecimento do vírus COVID-19. Com a perda de biodiversidade e habitats, as zoonoses (doenças provocadas por microrganismos e que são transmitidas pelos animais para o homem) são mais frequentes.
A Quercus desenvolve diferentes iniciativas na área da conservação da natureza. A educação ambiental, realizadas continuadamente em escolas, a sensibilização ambiental, através de rubricas como o minuto verde. Posicionamento político, sendo que as políticas e as leis associadas à gestão do território são preponderantes para a conservação da natureza. Diariamente recebemos nos nossos Centros de Recuperação de Animais Selvagens, vários animais para recuperação e desejável libertação na natureza. A recuperação de espécies em vias de extinção como o mexilhão de água doce (margaritífera margaritífera) e a criação de bosques de espécies autóctones são apenas alguns dos projetos emblemáticos, que a Quercus desenvolve diariamente desde 1985.
A forma como consumimos os nossos recursos naturais e como produzimos energia para que as atividades humanas continuem a se realizar, fazem com que o modelo económico atual seja insustentável. A tão desejada transição energética é algo que ansiamos que se realize o mais rapidamente possível, pois acreditamos ser um passo gigante para a poupança de recursos e diminuição de poluição/libertação de gases com efeito estufa.
As diretivas da União Europeia, aconselham os países a adotarem as práticas mais corretas em direção à descarbonização, e sabemos perfeitamente que o “velho continente” é pioneiro nestas preocupações com a necessidade de reorientar os padrões de consumo e produção atuais. Para isso, setores empresariais, governo, agentes sociais e ONGs precisam se unir rumo a uma economia mais ambientalmente e socialmente responsáveis. A chamada Economia Verde. O futuro das empresas vai depender obviamente, do seu posicionamento ambiental, algo que vai ser exigido pelos seus colaboradores, cidadãos e governos.
Precisamos de respeitar a natureza e viver em harmonia com ela. Terá de ser uma relação de AMOR e companheirismo.
A existência do Homem, não deveria ser a maior ameaça à natureza… Nem à sua conservação…