Neste 6º episódio do Descarbonizável estivémos à conversa com Ana Luísa Cabrita, Head of Sustainability e ESG da Cushman & Wakefield e Marta Jordão, Key Account Manager da Helexia Portugal. A sustentabilidade na edificação foi tema moderado por Isabel Martins, diretora da Revista Sustentável.
O desafio da construção sustentável, o papel das auditorias, a urgência da eficiência energética, a adaptação do edificado às alterações climáticas, as certificações e a regulamentação atual foram alguns dos pontos debatidos neste podcast.
Oiça aqui o podcast:
Ana Luís Cabrita começou por explicar o que é o seu dia a dia como Head of Sustainability e ESG. Parte do seu trabalho passa pela sensibilização e criação de ações internas nos âmbitos de ambiente, social e governance, mas também o faz junto dos clientes da Cushman & Wakefield. Ações de limpeza de praias ou doação de sangue são alguns dos exemplos de práticas internas. Junto dos clientes isso materializa-se em certificações de construção sustentável quer seja em novas construções ou em reabilitações de edifícios.
O desafio de sustentabilidade dos edifícios já existentes
O grande desafio do mercado imobiliário é a certificação de edifícios já existentes. A certificação mais pedida é energética seguida da certificação BREEAM. Muito tem contribuído para esta procura as alterações do enquadramento legal que incumbe aos proprietários este cuidado.
Quando falamos de edifícios que estão a ser construídos de raiz já é possível pensar na produção de energia, na eficiência energética, na pegada carbónica dos matérias usados e até na biodiversidade. Nos edifícios a reabilitar é muito mais difícil implementar medidas em todas as áreas de sustentabilidade e muito do trabalho feito foca-se na eficiência energética.
“Nenhum edifício é um caso perdido em termos de sustentabilidade. Há sempre muito a fazer”
Marta Jordão
Normalmente este trabalho inicia-se com uma auditoria energética que faz uma “fotografia” do que existe e com o que que se vai trabalhar de base. Esta primeira análise aponta as medidas de melhoria que podem ser implementadas para se conseguir ter um retorno tanto ao nível do investimento como das poupanças geradas.
“Atualmente, os investidores já não querem investir em edifícios que não tenham certificação de sustentabilidade”
Ana Luísa Cabrita
Quando se fala em sustentabilidade nos edifícios, a questão da energia é a que se tem mostrado mais fácil de entender e implementar porque é palpável e é a que traz mais resultados no imediato. Mas outras categorias também se têm que avaliar como é o caso da poluição, dos transportes, a utilização das águas, o bem estar de quem usa os edifícios e a biodiversidade. É aqui que reside o grande desafio.
No entanto, a mentalidade mudou e hoje em dia há determinados investidores que já não investem em edifícios que não tenham certificação. A certificação valoriza o asset.
Ainda está muito presente a ideia de que a implementação de todas estas medidas (estruturais ou não) exigem um investimento grande, mas a Helexia posiciona-se aqui como o parceiro com papel ativo, não só para ajudar a fazer as melhores escolhas, mas também para minimizar os riscos do cliente.
Uma grande parte da actuação da Helexia é feita com o investimento próprio, o que permite aos clientes concentrarem-se naquilo que é a sua atividade. Gestão de energia ou o Energy as a Service são duas formas de atuar da Helexia que permitem aos proprietários dos edifícios fazer esta transição sem risco e sem penalizar financeiramente as suas operações.
Quem é Ana Luísa Cabrita?
A Ana Luisa tem mais de 25 anos na área da Sustentabilidade. Licenciada em Engenharia do Ambiente – Ramo Sanitária e Mestrado em Engenharia do Ambiente pela FCT – Universidade Nova de Lisboa, uma Pos-Graduação em Sistemas de Gestão Ambiental, um Executive MBA pela Universidade Pontifícia Comillas, uma Pós-Graduação em Responsabilidade Social Corporativa pela Universidad de La Coruña, uma Pós-graduação em Comunicação e Marketing pelo Senac (São Paulo), um Mestrado em Social Business pela IES.
Com experiência internacional em vários países (Espanha, Alemanha, Roménia, Grécia, Itália, Reino Unido e Brasil) e tendo trabalhado desde diferentes perspetivas (do Cliente – Sonae Sierra – até uma entidade de certificação – BRE), tem uma compreensão profunda de como adicionar valor aos ativos, desde a análise de investimentos, definição de estratégias ESG, e implementação de ferramentas de apoio ao alinhamento entre as estratégias assumidas e os próprios ativos, como por exemplo ferramentas de benchmarking, certificação, etc.
Atualmente é Head of Sustainability & ESG na Cushman & Wakefield.
Quem é a Marta Jordão?
Key Account Manager na Helexia Portugal, gere grandes contas de clientes ajudando-os nos seus roteiros de descarbonização. Tem uma vasta experiência em projetos de eficiência energética e gestão de energia.
A Marta foi uma das responsáveis pela criação do departamento de eficiência energética na Helexia Portugal, onde desenvolveu e implementou vários projetos em diversos setores de atividade.
Viveu 3 anos na Noruega onde coordenou e controlou todas as atividades de processos de Qualidade (ISO 9001) nos Departamentos da DOF, um grupo internacional de empresas que possui e opera uma frota de embarcações offshore e capacidade de engenharia marítima para responder o mercado global de energia offshore.
