Infelizmente as notícias sobre o aquecimento global não são otimistas. A 17 de maio, a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), que pertence às Nações Unidas, partilhou que existe 66% de probabilidade de, a nível mundial, ultrapassamos o limite de 1,5°C em pelo menos num dos próximos cinco anos. Isto significa um grande salto em relação às estimativas de um ano atrás, quando a OMM avaliou a probabilidade em 48%. Mesmo que a meta de 1,5°C não seja ultrapassada, a OMM acredita que é praticamente certo que um dos próximos cinco anos será o mais quente da história da humanidade. (O recorde foi estabelecido em 2016, que foi 1,28°C mais quente do que a média pré-industrial.)
Acordo de Paris para o Aquecimento Global
Em 2015, em Paris, as nações mundiais comprometeram-se a tomar medidas para evitar o aquecimento do planeta em mais de 1,5°C em relação ao seu estado pré-industrial. Mesmo na época, a meta parecia ambiciosa. Nos últimos anos, tornou-se quase impossível.
Visão otimista
Os otimistas apontam que, mesmo que o limite de 1,5°C seja ultrapassado nos próximos cinco anos, as temperaturas provavelmente cairão novamente, pelo menos por um tempo. Dessa forma, o acordo de Paris não seria, tecnicamente, violado. (Isso exigiria exceder 1,5°C por vários anos.) Nos próximos anos, o nível crescente de aquecimento causado pelo homem será amplificado ainda mais por mudanças naturais, mas transitórias.
El Niño
A maior dessas variações é o “El Niño”, um ciclo natural de aquecimento e arrefecimento das águas do Oceano Pacífico oriental que tem efeitos generalizados sobre o clima. O mundo acaba de viver três anos consecutivos de “La Niña”, nome dado à fase mais fria do ciclo, ajudando a manter as temperaturas globais baixas. Agora parece quase certo que uma fase mais quente do “El Niño” começará ainda este ano, preparando 2024 para ser um escaldante (Uma razão para o recorde de 2016 é que o ano coincidiu com um El Niño especialmente forte).
Uma sociedade neutra em carbono
Evitar o aquecimento global requer esforço coletivo e mudanças sistémicas, sendo uma das mais importantes, a redução das emissões de carbono. Uma das principais causas do aquecimento global é a libertação de gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2), na atmosfera. Para que seja possível construir uma sociedade neutra em carbono, temos que acelerar a transição energética para fontes de energia renovável, promover a mobilidade sustentável e tornar o modelo produtivo cada vez mais eficiente.
Este é o maior desafio que temos pela frente.
