Boas Ideias

Publicado a:
08/07/2024

Escrita:
Catarina Padrão

Empire State Building dá o exemplo em eficiência energética

Debaixo do Empire State Building, o sistema de refrigeração do edifício parece inalterado, como se ali estivesse desde o primeiro dia, mas não é bem assim.

O sistema foi modernizado internamente, foram desmanteladas e remontadas peças, utilizando os materiais originais, sempre que possível. Isto fez parte de uma reforma que durou mais de uma década para poupar energia e reduzir custos.

Edifícios grandes e antigos como o Empire State Building representam um grande desafio para os objetivos de neutralidade carbónica das cidades. Em Nova Iorque, os edifícios são responsáveis por 70% das emissões de carbono, e metade dessas emissões provém dos maiores 5% dos edifícios. Modernizar estes edifícios para torná-los mais eficientes energeticamente é um desafio, tanto de engenharia como humano, já que é preciso convencer os proprietários dos benefícios financeiros.

A reforma original do Empire State Building, concluída em 2010 e que custou mais de 31 milhões de dólares, foi inovadora. Cada uma das 6.514 janelas recebeu um painel adicional de filme revestido para reduzir as amplitudes termicas. Foi instalado isolamento atrás dos radiadores e o sistema de elevadores foi atualizado com travagem regenerativa. Estas atualizações reduziram o consumo de energia em cerca de 40%, poupando aos proprietários mais de 4 milhões de dólares por ano e atraindo inquilinos que pensam na sustentabilidade.


Anthony Malkin, CEO da Empire State Realty Trust, que possui o edifício, afirmou ao à revista Time que “não há uma solução milagrosa, mas várias pequenas soluções que funcionam juntas”.


Este edifício com mais de 90 anos é agora um case study e em conjunto com várias entidades da cidade avançou com um programa para encorajar outros proprietários a seguir o seu exemplo, chamado de Empire Building Challenge.

Em Nova Iorque, a Lei Local 97, promulgada em 2019, impõe limites de carbono mais restritos a dezenas de milhares de grandes edifícios, exigindo que os proprietários reduzam o consumo de energia.

É para proteger a cidade dos impactos das mudanças climáticas. A água no porto de Nova Iorque está 30 centímetros mais alta do que há um século, e algumas infraestruturas ainda estão a recuperar dos danos do furacão Sandy em 2012. Espera-se que os níveis de água subam entre 30 centímetros e 1 metro nos próximos 60 anos, causando biliões de dólares em perdas de propriedade.

Mesmo com os limites de carbono mais rigorosos, alguns proprietários podem preferir pagar multas a modernizar os seus edifícios.

O Empire Building Challenge está a incentivar a utilização de novas tecnologias, como vidro eletrocrómico e azulejos que geram eletricidade através dos passos e troca de equipamentos, através de financiamento.

Mas mesmo com tanto a acontecer Nova Iorque precisaria de reformar 200 edifícios por dia até 2050 para cumprir os objetivos.

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