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Publicado a:
02/03/2021

Escrita:
Ricardo Atayde

Lourença Marques, da Voltalia, estará presente no evento Mulheres com Energia


Como descreve o seu percurso profissional?

Completamente atípico !
Cheguei a Portugal em 2000, com apenas 19 anos. Rebelde, continuamente a desafiar o Mundo, e arrastada para um País que só conhecia das férias de verão no “Querido Mês de Agosto” ! Estive algum tempo a tentar encontrar-me e a perceber o que queria fazer… e como sempre fui apaixonada pelas viagens, decidi formar-me nessa área. Depois de me formar, iniciei o meu percurso profissional nas Viagens Abreu onde entrei em 2005. Comecei como Estagiária do departamento Corporate, departamento esse onde mais tarde fui promovida a Responsável do Departamento. Foi uma excelente experiência e onde cresci imenso enquanto profissional e onde adquiri, ao longo desses 14 anos, conhecimentos que me permitem, hoje, desempenhar a minha atividade de Travel Coordinator na VOLTALIA. Ingressei no Grupo Voltalia em 2019.

 

O que lhe dá mais energia no seu dia a dia?

Tenho duas grandes fontes de energia, verdes e renováveis a cada dia ! Uma com 16 e outra com 8 – o meu filho e filha, respectivamente!

 

Na sua opinião, quais são os grandes desafios das próximas gerações?

Um dos grandes desafios dos próximos tempos são as alterações climáticas, as reduções de emissões de CO2, o conseguirmos ser sustentáveis, promover a economia circular, prevenir o degelo. Os desafios são, na minha opinião, globais ! 
Esta pergunta é muito curiosa. Quantos de nós estavam preparados para esta pandemia (COVID19)?
Penso que ninguém estava preparado para ela e num muito curto prazo de tempo (em apenas algumas semanas), fomos todos atingidos e as nossas vidas e rotinas foram completamente alteradas, viradas do avesso, mas fomos capazes de nos adaptar, criar novas rotinas, novos hábitos e superar.
Por isso, falar em grandes desafios, olhando à realidade que atravessamos, não passa de uma incógnita! Acreditando que vamos voltar a “ser livres” e podermos sair de casa e viver, há alguns desafios que me parecem ser fundamentais, como por exemplo a transição energética e a aposta numa economia verde, de forma a garantir um melhor planeta para as gerações futuras.
Ao dia de hoje, vivem-se realidades completamente distintas dependendo do local no globo onde estamos. A título de exemplo, podemos olhar ao acesso à energia eléctrica ou o acesso a água potável. A capacidade eléctrica instalada na África Subsariana é equivalente à capacidade eléctrica instalada em França, ou em Espanha, e que 57% da população Africana continua privada de acesso à eletricidade. Cerca de 3 em cada 10 pessoas em todo mundo, ou 2,1 bilhões de pessoas, não tem acesso a água potável e disponível em casa, e 6 em cada 10 pessoas, ou 4,4 bilhões de pessoas, não tem acesso a saneamento gerido de forma segura. Penso que estes são os maiores desafios.
Quanto a nós mulheres, o maior desafio é o de integração. Integração em todos os sectores e cadeias de valor.

 

Mencione um filme ou livro que a tenha inspirado.

O filme Frida (sobre a história e vida de Frida Khalo). É uma artista que gosto muito e com quem me identifico. É um exemplo de superação e vanguardismo. Identifico-me com ela porque apesar de ter tido momentos menos positivos e alguns bem difíceis na minha vida pessoal e profissional, sempre fui capaz de os superar.

 

Que outras mulheres inspiraram o seu percurso e porquê?

São algumas!
A primeira, a minha avó materna, tenho-a comigo no coração.
E a segunda pessoa, é o reflexo que não é preciso ser altamente letrado para ser das melhoras gestoras, negociadora e líder que alguma vez conheci. Construir um percurso de sucesso, não tem de estar necessariamente associado a um percurso de cursos superiores. A minha Mãe é exemplo e reflexo disso. Apenas estudou até onde lhe foi permitido estudar, no entanto, tem um sentido de oportunidade e uma engenhosidade sem comparação. Uma verdadeira empreendedora!

 

Que característica acha indispensável em qualquer liderança e porquê?

Empatia pelos outros, é uma das características indispensável para ser-se um bom líder. Considero que um bom líder tem de ser uma pessoa carismática, que valoriza as pessoas, que seja capaz de inspirar os outros todos os dias. Mesmo nos momentos menos bons, um bom líder tem de ser sempre capaz de inspirar, motivar e elevar os outros. Tem de ter uma boa capacidade de comunicação, tem de conseguir estabelecer uma relação de confiança com os membros da sua equipa, para que todos sejam orientados para um mesmo projeto de uma forma clara e objetiva.

 

Que desafios trouxe a pandemia para os negócios e para as viagens? Que adaptações foram necessárias?

Na área das viagens de negócio, os desafios foram muitos. O impacto da pandemia nas vendas das agências de viagens portuguesas fez-se sentir logo em Março, quando as vendas tiveram uma quebra de cerca de 80%.
Tivemos de encontrar ferramentas para assegurar a continuidade do negócio. A Voltalia desde há algum tempo que se preparou para dar as melhores respostas com equipes multidisciplinares espalhadas por várias geografias. Estava e está bem enraizado o conceito de comunicar via plataformas digitais. Em Portugal, por exemplo, as pessoas trabalham sob um conceito de flexibilidade de posto de trabalho (conceito Flex) e onde o teletrabalho já era uma realidade antes mesmo do efeito COVID. Esta nova realidade de trabalhar em casa, trazida pelos diversos Estados de Emergência, foi encarada com tranquilidade e implementada de forma suave. É claro que houve impacto naquilo que era o convívio entre colegas, mas as relações e a comunicação entre as pessoas, não sinto que tenha sido afetada. Curiosamente para a Voltalia Portugal, 2020 foi um muito bom ano! Foram celebrados mais de 300MW de contratos para construção de parques solares fotovoltaicos, alguns deles já concluídos, outros já iniciados e outros que iniciarão a sua construção em 2021.

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